Contexto e descrição | Ortodoxia |
Docetismo: Nega a humanidade de Cristo, colocando-a como apenas aparente, segundo o qual Jesus era apenas divino. | Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus; Como lembra o Evangelho de João: “O Verbo se fez carne...” É combatido por Irineu de Lião (Adversus Haereses) A condenação foi reafirmada no Concílio Ecumênico de Calcedônia (451). |
Ebionismo: Jesus Cristo é Messias, mas não é Deus; Jesus Cristo não nasceu de uma virgem, mas sim foi gerado por José com Maria por meio carnal; Ter-se-ia tornado Filho de Deus pelo batismo; Enfatiza a natureza humana de Cristo. | É combatido pelos Padres da Igreja: Inácio de Antioquia (Epístola aos Filadélfos, cap. IV); Irineu de Lião (Adversus Haereses); Eusébio de Cesaréia (História Eclesiástica); Tertualiano (Apêndice, Contra todas as heresias); Orígenes (Filocalia; Comentário sobre Mateus; Contra Celso); Jerônimo de Strídon (Carta para Agostinho); Agostinho de Hipona (Carta para Jerônimo); Epifânio (Panárion) |
Adocionismo: É uma das ramificações do monarquismo (Sendo a outra o modalismo); Jesus nasceu humano e foi adotado como Filho de Deus pelo batismo. | No concílio de Antioquia (séc. III), a Igreja afirma que Jesus é Filho de Deus por natureza e não por adoção; Condenado nos concílios de Frankfurt (794, pelo Papa Adriano I) e Roma (799, pelo Papa Leão III) |
Cristianismo-gnóstico: Apresenta um cristianismo mais profundo e filosófico, principalmente em relação às Parábolas de Jesus. Deu origem a várias correntes heréticas. | Foi combatido através das correntes heréticas a qual deu origem. |
Arianismo: Jesus é filho de Deus, e não é Deus, por isso não é consubstancial a Ele (“Pai Eterno”); É subordinado ao Pai; | É condenado pelos concílios de Nicéia I (325) e Constantinopla I (381); “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.” |
Apolinarismo: Jesus possuía um corpo humano e era dotado de uma mente divina. | Criticado pelos Padres da Igreja: Atanásio de Alexandria, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo; Condenado no Concílio de Constantinopla (381). |
Nestorianismo: Afirmava a diferença entre a natureza humana e divina de Jesus, sendo vagamente unidas; Afirmava que Maria é mãe de Cristo e não mãe de Deus. | Condenado no Concílio de Éfeso (431). Cristo é uma substância e uma natureza; A Virgem Maria é a mãe de Deus |
Monofisismo: Afirmava que Cristo tinha apenas uma natureza, onde a humanidade foi absorvida pela divindade. | Condenado no Concílio de Calcedônia (451). |
Monotelismo: Jesus Cristo, possui duas naturezas, mas havia só uma vontade, identificada pela humana com a divina. | Condenado no Concílio de Constantinopla III (681) |
Eutiquianismo: A natureza divina de Cristo consome sua natureza humana. | Essa visão é condenada no Concílio de Calcedônia (451). |
Miafisismo: Cristo tem as duas naturezas: humana e divina, mas que se unem formando apenas uma única Natureza de Cristo. | Essa visão é condenada no Concílio de Calcedônia (451). |
Sabelianismo: Jesus e Deus não são pessoas distintas, mas dois modos de Deus se mostrar. | É criticado pelos Padres da Igreja: Hipólito de Roma, Tertuliano, Dionísio de Roma. Os Concílios Constantinopla I (381) e III (680) invalidam o batismo de Sabélio, junto com sua doutrina. |
Judeu-cristianismo: Somente passou a ser heresia nos conflitos internos entre os judaizantes e os pagãos convertidos; os primeiros consideravam as práticas judaicas autênticas para o “novo” judaísmo nascente (cristianismo). Como heresia cristológica, é a crença monoteísta em Deus, não permitindo uma filiação do Pai. | Foi superado pelas primeiras comunidades, é possível perceber isso na formação da comunidade de Mateus e no primeiro Concílio, o de Jerusalém, descrito em Atos dos Apóstolos. A crença herético-cristológica, foi "combatida" através dos Evangelhos, os quais, afirmam a filiação divina de Cristo (Tendo mais ênfase, o Evangelho de João). |
A ortodoxia Cristológica e Trinitária é possível ser vista através dos seguintes Credos, que sintetizam o ato de fé, dando uma resposta aos grupos heréticos que surgiram.
Credo de Niceia e Constantinopla | Credo de Éfeso e Calcedônia |
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos Deus de Deus, Luz da luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, da mesma substância do Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: Se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras; E subiu aos céus, onde está assentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas. Creio na Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica. Confesso um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo vindouro. Amém. | Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, O Filho de Deus, unigênito do Pai, da substância do Pai; Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por quem foram criadas todas as coisas que estão no céu ou na terra. O qual por nós homens e para nossa salvação, desceu (do céu), se encarnou e se fez homem. Padeceu e ao terceiro dia ressuscitou e subiu ao céu. Ele virá novamente para julgar os vivos e os mortos. E (cremos) no Espírito Santo. E quem quer que diga que houve um tempo em que o Filho de Deus não existia, ou que antes que fosse gerado ele não existia, ou que ele foi criado daquilo que não existia, ou que ele é de uma substância ou essência diferente (do Pai), ou que ele é uma criatura, ou sujeito à mudança ou transformação, todos os que falem assim, são anatemizados pela Igreja Católica e Apostólica. |