quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Isaac Asimov prevendo o impacto da Internet (português)



Isaac Asimov prevendo o impacto da Internet
Tradução: Flávio Pavanelli (Marketing Digital)
Publicado a 13/11/2013 - https://www.youtube.com/watch?v=TCYIpwAgiwg

Entrevista - "O Mundo das Idéias"

ISAAC ASIMOV: Uma vez que tenhamos canais, computadores em cada casa, cada um deles ligado a "bibliotecas" enormes, onde qualquer pessoa possa fazer perguntas e ter respostas, obter materiais de referência sobre qualquer assunto em que esteja interessada em saber, desde a sua infância. Por mais bobo que pareça para alguém, é o que você está interessado, e você pode perguntar, descobrir e pode seguir o assunto. Você pode fazê-lo em sua própria casa, no seu ritmo, na direção que quiser e a seu próprio tempo. Então todos gostarão de aprender. Hoje em dia o que as pessoas chamam de aprendizado é algo imposto a você. E todo mundo é obrigado a aprender a mesma coisa, no mesmo dia, na mesma velocidade e na sala de aula. Mas todo mundo é diferente. Para alguns, a aula pode ser muito rápida, lenta demais para outros e para alguns até mesmo na direção errada. Mas dê a eles uma chance, além da escola, eu não digo que vamos abolir a escola, mas além da escola, para seguir a sua vocação desde o início.

BILL MOYERS: Eu adoro essa visão, mas o que pensa do argumento de que as máquinas, como computadores, desumanizam a aprendizagem?

ISAAC ASIMOV: Bem, na verdade, é justamente o contrário. Parece-me que é através desta máquina que, pela primeira vez, vamos ser capazes de ter uma relação "um-para-um" entre a fonte de informação.
Bem, nos velhos tempos, tempos atrás, você costumava ter tutores para crianças. Uma pessoa que pudesse pagar, contratava um pedagogo, um professor, ele iria ensinar as crianças e se ele conhecesse bem seu trabalho, ele adaptaria seus ensinamentos aos gostos e habilidades dos alunos. Mas quantos tinham recursos para contratar um pedagogo? A maioria das crianças ficou sem educação. Então chegamos ao ponto em que era absolutamente necessário educar a todos. A única forma que poderíamos fazer era ter um professor para um grande número de alunos, e no intuito de organizar adequadamente a situação lhe demos um currículo para ensinar. Mas quantos professores são realmente bons nisso? Como em tudo na vida, o número de professores é muito maior do que o número de bons professores. Portanto, ou temos uma relação " um-para-um" voltada para muito poucos, ou uma "um-para-muitos" para muita gente. Agora, há a possibilidade de "um-para-um" e para muitos! Todos podem ter um professor, sob a forma de acesso aos conhecimentos acumulados da espécie humana.

BILL MOYERS: Através das "bibliotecas" que estarão conectadas ao computador na minha mesa, na minha casa. Eu posso sentar lá e chamar... mas e se eu quiser aprender apenas sobre beisebol?

ISAAC ASIMOV: Está tudo bem. Você aprende tudo o que quiser sobre o beisebol porque quanto mais você aprende sobre beisebol, mais você poderia se interessar por matemática e tentar descobrir o que eles querem dizer com essas médias estatísticas, médias de rebatidas e assim por diante. Você pode, no final, tornar-se mais interessado em matemática do que em beisebol se você seguir sua própria vocação e não for forçado. Por outro lado, alguém que esteja interessado em matemática, pode de repente encontrar-se muito intrigado pelo problema de como você joga uma bola em curva, e pode envolver-se com física esportiva... por que não? Por que não?

BILL MOYERS: Mas você sabe Isaac Asimov, temos um problema, temos um péssimo histórico neste país em oferecer às crianças pobres, nem mesmo boas salas de aula, e me pergunto se a nossa sociedade pode aparelhar-se e fornecer a todos, inclusive crianças pobres, bons computadores.

ISAAC ASIMOV: Talvez não no comecinho você sabe, mas é como se você se perguntasse: "Será possível fornecer a todos neste país água potável?" Há muitos países onde é impossível obter água potável, exceto em circunstâncias muito incomuns. Essa foi uma razão para que as pessoas começassem a beber cerveja e vinho, porque o álcool matava os germes, e se você não bebesse isto, você morreria de cólera. Mas há lugares onde você pode fornecer água potável para quase todos. Os EUA provavelmente fornecem abastecimento de água limpa para a maioria de sua população, talvez mais do que qualquer outra nação poderia. Não é de se esperar que todos tenham um computador perfeito de imediato, mas tentaremos isso, e com o tempo, acho que mais e mais o terão. Assim como, pelo amor de Deus, quando eu era jovem, poucas pessoas tinham automóveis, poucas pessoas tinham telefone em sua casa, e quase ninguém tinha um aparelho de ar condicionado. Ora, estas coisas são muito comuns hoje em dia, quase universais. Pode ser da mesma maneira.

BILL MOYERS: Então, em certo sentido, cada aluno terá a sua própria escola particular?

ISAAC ASIMOV: Sim, e esta escola pertence a ele ou ela, ele será o único a decidir sobre o que ele vai aprender, sobre o que vai estudar. Veja bem, isso não é tudo o que ele vai fazer. Ele ainda estará indo para a escola para algumas coisas que ele tem que saber. Certo, e também a interação com outros alunos e com os professores. Ele não pode fugir disso, mas ele tem que procurar a diversão da vida, que é seguir sua própria vocação.

BILL MOYERS: Essa revolução que você está falando, a aprendizagem pessoal, não é apenas para os mais novos certo?

ISAAC ASIMOV: Não, e isso é um ponto importante, não é só para os jovens. Esse é outro problema com a educação como a temos agora. As pessoas pensam na educação como algo que se pode terminar. E mais, quando se termina, que é um rito de passagem para a idade adulta.

BILL MOYERS: Mundo Real, eu terminei...

ISAAC ASIMOV: Certo! "Terminei a escola, eu não sou mais uma criança" e, portanto, qualquer coisa que lembre da escola - ler livros, ter ideias, fazer perguntas - é coisa de criança. Agora você é um adulto, você não faz mais esse tipo de coisa, entende.

BILL MOYERS: E como a prisão, a recompensa da escola está em sair. Os garotos dizem, "quando você vai se formar e sair?"

ISAAC ASIMOV: Toda criança sabe que, a única razão pela qual ela está na escola é porque ela é criança, pequena e fraca, e se conseguir sair antes do previsto, se sai antes, é porque ele é um homem precoce.

BILL MOYERS: Isso é totalmente verdade, eu falei com alguns jovens que abandonaram a escola, e eles pensam que se tornaram homens apenas porque estão fora dela. O que há de errado com eles?

ISAAC ASIMOV: Bem, o que está errado com eles é que você tem todo mundo ansioso para não mais aprender, e até se envergonham de voltar a estudar. Mas se você proporciona algo como isto, de qualquer um, a qualquer idade, pode aprender por si mesmo, pode-se continuar sempre interessado. Não há razão, se você gosta de aprender, para que você pare em uma determinada idade. As pessoas não param de fazer coisas que gostam apenas porque elas atingem uma certa idade. Eles não param de jogar tênis apenas porque fizeram quarenta anos. Eles não param com o sexo apenas porque completaram quarenta. Eles continuam se podem se divertir e com o aprendizado será a mesma coisa. O problema com a aprendizagem é que a maioria das pessoas não gosta dela por causa das circunstâncias. Faça que seja possível gostar de gostar de aprender e eles vão continuar aprendendo. Há a famosa história sobre Oliver Wendell Holmes, que viveu bem até seus noventa anos. Certa vez ele estava no hospital, não tinha muito tempo de vida e já tinha mais de noventa. O presidente Roosevelt foi visitá-lo, e lá estava Oliver Wendell Holmes lendo uma gramática grega. Roosevelt disse: "Por que você está lendo uma gramática grega, Sr. Holmes?" E Holmes disse: "Para melhorar a minha mente, senhor presidente".

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Comentário: O Monge e o Executivo

Um líder, não nasce pronto, ele é modelado a partir de diversos conceitos, experiências, carismas e virtudes próprias. Como seres humanos, somos seres inacabados (imperfeitos), por isso temos necessidades e a partir dessas necessidades procuramos realiza-las a partir da nossa realidade (ex. financeira).
Como um ser não perfeito, é provável que a capacidade de liderar seja ineficiente e até mesmo “deficiente”, onde se corre o risco de considerar-se um bom líder (gerente, governante, diretor...), e nesse momento, agindo apenas no egoísmo e aumentando o ego, criado pela posição de “poder”, o convívio com os subordinados se torna difícil, e o respeito mútuo não é um laço criado.
E quando surge a humildade em querer ser melhor, a possibilidade de ser um verdadeiro líder é possível. Um líder deve lembrar sempre, que ele é o principal motivador, ele que exerce a influência no meio em que é líder, por isso, seu trabalho não resume em ordenar outros. Seus objetivos têm que ser realizados, de forma natural, onde aqueles que convivem com ele sintam a vontade (sem ser pressionados) de ter que realizar determinado ato. Daí terá autoridade perante os outros e não o poder.
Antes de iniciar qualquer aprendizado, é preciso quebrar paradigmas, ou seja, “tirar as viseiras” que não o deixa compreender a situação em que se encontra e não o permite sair da inércia. E perceber que muitas vezes, conceitos que deram certo por muitos anos, já foram superados e a teoria erradicada, esperando apenas a prática deixar de ser realizada.
O líder não está no topo de uma hierarquia piramidal, apesar da idéia ter perdurado por muitos anos e até mesmo funcionar em setores específicos. Ele deve inclinar a pirâmide e entender que deve ser o primeiro a servir. Precisa saber a necessidade de quem ele é líder e tornar a situação melhor.
Lembrando que, as pessoas têm necessidades, como fisiológicas, de imagem e comunicação, uma forma de classificá-las é a Pirâmide Maslow. Segundo Maslow, as necessidades podem se agrupar em 5 categorias: super vivência, segurança, relações e afetos, estima e reconhecimento e auto-realização. Onde o mais importante não está no superficial e sim no na realização pessoal. Numa empresa, só o alto salário não basta, um bom local de trabalho também é necessário.
Um líder que queira mudar a sua situação, a sua realidade e a daqueles que convive com ele, não pode apenas idealizar intenções. Ele tem que somar suas intenções com ações, e tornar uma vontade em fazer.

Citando como um preceito importante, o amor, e tendo como exemplo um líder que institui essa idéia: Jesus Cristo. Pode-se analisar como ele formava futuros líderes: “Certo dia Jesus pergunta a Pedro: Pedro tu me ágapas (ama incondicionalmente)? Pedro responde: Senhor, eu te filiói (te amo como um amigo). Jesus, pergunta novamente: Pedro, tu me ágapas? Ele responde: Senhor, eu te filiói. E pela terceira vez, Jesus: Pedro, tu me filiói? E Pedro responde: Senhor, tu saber que eu te filiói”. E Jesus fala pra Pedro apascentar o seu rebanho, isto é, se você é humano cuida das coisas humanas. E nisso percebemos que um líder delega funções que cada um tem a capacidade de realizar, sem exigir, sendo compreensivo e não repreensivo, atencioso, bondoso, que trata com respeito.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. 11. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 139p.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Τριας

"O mistério da Santíssima É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na "hierarquia das verdades de fé". "Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e Único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado" - CIC 234



sexta-feira, 4 de abril de 2014

Anais: SOTER 2013 - A ARQUIDIOCESE DE BELO HORIZONTE E O SEU PROTAGONISMO LEIGO PRÉ-CONCÍLIO VATICANO II

RESUMO: Carlos Fragoso Filho afirma que o Concílio Vaticano II, mesmo com suas transformações de avanço para a Igreja, deixou a Igreja-local de Belo Horizonte num “estado de perplexidade que paralisou, em parte, o vigor de sua ação pastoral”. Diante disso, procuro entender esse posicionamento do autor, através de uma pesquisa histórica, bibliográfica e por meio de documentos da época, tomando como referência a ação do primeiro (arce)bispo D. Antônio dos Santos Cabral e a ação pastoral do Arcebispo D. João Resende Costa no período pré-Vaticano II. Segundo fontes primárias, antes do Concílio, Belo Horizonte se desenvolvia pastoralmente. Primeiro com Dom Cabral e, posteriormente, com Dom João Resende Costa, que empenharam na formação litúrgica e bíblica dos leigos, onde passaram a ter participação ativa e consciente. Na “reciclagem” do clero, dando uma boa formação, esta tinha uma metodologia que era questionada, por ser “avançada”, em consequência disso, o clero de Belo Horizonte, foi mais receptivo às mudanças posteriores. Além do exemplo do clero e dos leigos, Belo Horizonte surpreende pelos seus meios de comunicação de massa, onde esses meios são usados a favor da Igreja e não contra ela. Primeiramente, com o “O Horizonte” e mais tarde, com o “O Diário”. Dom Cabral verá no Vaticano II aquilo que ele iniciou e desejava para a Igreja.

O texto se encontra na página 1327 até 1334

Link do arquivo: http://www.soter.org.br/documentos/documento-XCYUVB4bPzFdjibm.pdf