quarta-feira, 28 de maio de 2014

Comentário: O Monge e o Executivo

Um líder, não nasce pronto, ele é modelado a partir de diversos conceitos, experiências, carismas e virtudes próprias. Como seres humanos, somos seres inacabados (imperfeitos), por isso temos necessidades e a partir dessas necessidades procuramos realiza-las a partir da nossa realidade (ex. financeira).
Como um ser não perfeito, é provável que a capacidade de liderar seja ineficiente e até mesmo “deficiente”, onde se corre o risco de considerar-se um bom líder (gerente, governante, diretor...), e nesse momento, agindo apenas no egoísmo e aumentando o ego, criado pela posição de “poder”, o convívio com os subordinados se torna difícil, e o respeito mútuo não é um laço criado.
E quando surge a humildade em querer ser melhor, a possibilidade de ser um verdadeiro líder é possível. Um líder deve lembrar sempre, que ele é o principal motivador, ele que exerce a influência no meio em que é líder, por isso, seu trabalho não resume em ordenar outros. Seus objetivos têm que ser realizados, de forma natural, onde aqueles que convivem com ele sintam a vontade (sem ser pressionados) de ter que realizar determinado ato. Daí terá autoridade perante os outros e não o poder.
Antes de iniciar qualquer aprendizado, é preciso quebrar paradigmas, ou seja, “tirar as viseiras” que não o deixa compreender a situação em que se encontra e não o permite sair da inércia. E perceber que muitas vezes, conceitos que deram certo por muitos anos, já foram superados e a teoria erradicada, esperando apenas a prática deixar de ser realizada.
O líder não está no topo de uma hierarquia piramidal, apesar da idéia ter perdurado por muitos anos e até mesmo funcionar em setores específicos. Ele deve inclinar a pirâmide e entender que deve ser o primeiro a servir. Precisa saber a necessidade de quem ele é líder e tornar a situação melhor.
Lembrando que, as pessoas têm necessidades, como fisiológicas, de imagem e comunicação, uma forma de classificá-las é a Pirâmide Maslow. Segundo Maslow, as necessidades podem se agrupar em 5 categorias: super vivência, segurança, relações e afetos, estima e reconhecimento e auto-realização. Onde o mais importante não está no superficial e sim no na realização pessoal. Numa empresa, só o alto salário não basta, um bom local de trabalho também é necessário.
Um líder que queira mudar a sua situação, a sua realidade e a daqueles que convive com ele, não pode apenas idealizar intenções. Ele tem que somar suas intenções com ações, e tornar uma vontade em fazer.

Citando como um preceito importante, o amor, e tendo como exemplo um líder que institui essa idéia: Jesus Cristo. Pode-se analisar como ele formava futuros líderes: “Certo dia Jesus pergunta a Pedro: Pedro tu me ágapas (ama incondicionalmente)? Pedro responde: Senhor, eu te filiói (te amo como um amigo). Jesus, pergunta novamente: Pedro, tu me ágapas? Ele responde: Senhor, eu te filiói. E pela terceira vez, Jesus: Pedro, tu me filiói? E Pedro responde: Senhor, tu saber que eu te filiói”. E Jesus fala pra Pedro apascentar o seu rebanho, isto é, se você é humano cuida das coisas humanas. E nisso percebemos que um líder delega funções que cada um tem a capacidade de realizar, sem exigir, sendo compreensivo e não repreensivo, atencioso, bondoso, que trata com respeito.

HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. 11. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. 139p.