quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quais as contribuições da Gaudium Et Spes para a moral social cristã?



Trabalho apresentado ao curso de Teologia como requisito parcial de aprovação na disciplina Teologia Moral (Social) - 15/09/2011.


A constituição pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no mundo de hoje, a Gaudium Et Spes, vem resgatar o papel do homem como protagonista na história. Pois sendo criatura querida do Pai, carrega em si o germe divino [03], e deve ser atendido pela Igreja na valorização das suas realidades no mundo.
O presente documento é dividido em duas partes principais, precedido de uma introdução tratando a condição do homem no mundo de hoje e finalizado por uma conclusão geral do texto. As duas partes principais tratam da Igreja e a vocação do homem (primeira) e alguns problemas mais urgentes (segunda).
Dentre os problemas que mais afligem a sociedade está a ‘vida econômico-social’, onde o documento lembra que o campo econômico, também deve colocar o homem como seu protagonista e não como seu “consumidor” que vai render sinecura para grupos minoritários. A economia, através do poder que o homem tem sobre a natureza, garante proveito para satisfazer todas as necessidades da família humana [63]. Entretanto, alguns grupos tidos como desenvolvidos, “cegos” pela locupletação acarretada da subjugação de uma classe trabalhadora, não reconhecem o valor dos outros seres humanos e detêm toda a produção agrícola, industrial e de outros trabalhos, tornando as outras classes mais míseras. Com isso, a Igreja, através do documento sob a luz do Evangelho, vem resgatar os valores de equidade e justiça.
O desenvolvimento econômico deve ser visto como algo bom, vendo que a um aumento populacional, e cada indivíduo tem direito aos bens de subsistência, torna-se sabido que é necessário um desenvolvimento que acate todas as realidades. Ao contrário disso, tornar-se-á um male, quando o homem for visto como instrumento de trabalho necessário para a produção e logo um enriquecimento senão o seu ou da sociedade no todo. [66]
Visto que o trabalho é uma prática boa aos “olhos” de Deus, pois através dele que o homem se sustenta, faz-se mister que seja remunerado pelo que trabalhou e não aquém disso. Como ocorrem com indivíduos que recebem um valor tão insignificante a sua atividade, que podem ser considerados, escravos daquele serviço. Fora isso, o trabalho deve proporcionar o desenvolvimento das suas qualidades e personalidades. [67]
Os trabalhadores têm o direito de se organizarem, e formarem associações que lutem pelos seus direitos, visto quando não estiverem satisfeitos. Pois, através da organização é possível tomar medidas necessárias de mudanças, evitando assim conflitos e crises. [68]
Deus criou o mundo para todos, em equidade, por isso, é direito de todos terem um pedaço para viver. E dever de quem tem ajudar aos desfavorecidos, como lembra alguns Padres da Igreja como Basílio, Gregório, Agostinho, Alberto Magno e Boaventura, e posteriormente pelo Papa João XXIII, que diz: “Dever de cada homem, dever urgente do cristão é considerar o supérfluo com a medida das necessidades alheias, e de vigiar que a administração dos bens criados sejam dispostos para vantagem de todos”. Os cristãos são os principais responsáveis por uma mudança econômico-social, trazendo assim o bem para a humanidade e até a paz no mundo, já que carregam desde o batismo, o Espírito, as palavras do Filho lidas no Evangelho, ressaltadas pelas bem-aventuranças. Com Cristo, através de seu amor infinito, todo aquele que quiser mudança, será capaz de fazer diferença em ajudar o irmão no exercício da caridade.

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