segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Análise do texto: Martírio e vida Monacal


Trabalho apresentado ao curso de Teologia como requisito parcial de aprovação na disciplina História do Cristianismo (Antiga) - 03/11/2010.

É concebido por judeus e cristãos, uma recompensa após a morte aqueles que permanecem fiéis a Deus em todos os momentos. O martírio era compreendido as testemunhas oculares de Cristo, que logo passou a determinar os perseguidos pelos imperadores romanos no período pós-apostólico, devido a isso, eram colocados como testemunhas da fé cristã. Além dos mártires que perdem a vida, há o confessor, que mesmo não morrendo assume sua fé diante dos tormentos.
O martírio, como “batismo de sangue” é a continuação do batismo pela água, onde os cristãos afirmavam seu testemunho. Quando morre, o mártir tem total segurança de poder estar junto ao Pai, onde não precisaria esperar a ressurreição final, pois já estaria agraciado a permanecer no Paraíso.
Com o fim das perseguições e em meio a um novo contexto de Igreja, surgem os eremitas, os padres do deserto. Nascem para dar sentido a vivência pelo Evangelho, em especial vivendo na pobreza.
Os monges imitam Cristo naquilo que fazem. São obedientes, como Jesus o foi ao Pai; são simples, não preocupam com o que comem, com o que vestem ou onde dormem; sacrificam-se a Deus e não se apegam as coisas do mundo. Os monges resgatam os ideais de uma Igreja cristã primitiva, onde havia o bem comum, daí a origem da palavra monge; viviam em unidade. Ele partilhava os seus bens com a comunidade, fazia a caridade, exercendo um amor fraterno com humildade e misericórdia.
Na vida monástica, o monge faz renúncia de si mesmo por Cristo, assim como os mártires faziam dando sua vida por Ele. São “mártires” por possuírem a mesma pureza, e como lembra São Jerônimo, era um martírio rotineiro. Eles evitam aquilo que os possam afastar de Cristo; e quando se retiravam no deserto, combatiam o demônio e suas tentações.
No deserto, permanece apenas o silêncio e a paz, da alma e do corpo. Esse silêncio busca através de uma vida solitária, mesmo não tendo aversão as outras pessoas, apenas evita ser corrompido por elas, como cita Salomão.
Os monges têm como exemplo de vida no deserto, três pessoas: Abraão, que sai de sua terra sem saber para onde, ou levando ao sacrifício seu filho único, apenas por confiar totalmente em Deus; Moisés, que guia seu povo pelo deserto e de mãos elevadas clama a Deus, assim o monge também eleva suas mãos em oração a Ele; E Elias, que se retira no deserto pra se encontrar com Deus, faz jejum, que o lembra dos mandamentos do Espírito. Logo fica Elias como o primeiro monge, ou Antão muito tempo depois.
Devido a vida que tomam para si, os monges são comparados a anjos, não estando presos as realidades terrenas, negando os prazeres e os vícios, vivendo de jejuns, vigílias, abstinências, trabalhos manuais, oração constante e a esmola aos pobres. Imitam Cristo na vida e na morte, sendo o deserto mais árduo que uma vida sob o domínio do Império Romano.
Disso tudo, ele deve ter cuidado com algumas coisas que esta sujeito a cometer: a soberba, a presunção e a arrogância. Deixando isso, fica a dedicação a Deus, apenas servindo-O. E deixam como herança para sua Igreja um amor e uma fidelidade a Cristo que deve ser seguido.

CADERNOS PATRÍSTICOS, VOLUME II, Nº4, 2007
Martírio e vida monacal - Ulysses Roberto Lio Trópia

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