segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Introdução ao Método Teológico


Assim como muitos profissionais tem seus instrumentos de trabalho e pesquisa próprios, o teólogo a partir da fé, tem como base três conceitos: a Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério, como resgata o Vaticano II com o documento Dei Verbum.
Só na fidelidade poderá prestar serviço verdadeiro. Mas fidelidade significa tanto guardar, com respeito, a herança, como prestar ouvido atento e apurado à chamada da hora presente, dado que tal chamada vem de Deus e exige por isso um serviço fiel. - Bernhard Häring.
A coragem de fidelidade não nos é natural. É baseada nas promessas de Cristo. A fidelidade consiste em abandonar o pensamento egoísta, e uma luta contra a sabedoria deste mundo. A fidelidade no campo da teologia, baseia-se em “Deixar-se guiar pelo Espírito”. (Rm 8,14 e Gl 5,18)
Desde Cristo, e além do que ele ensinou, que é revelado nos Evangelhos, devemos buscar sempre na história o que os Santos Padres deixaram como ensinamento, o que eles acreditavam e o que condenavam. Eles tinham seus métodos de pesquisa diferentes, mas a fidelidade à Sagrada Escritura era inerente.
Para uma compreensão melhor dos métodos, ele se definem em três atos teológicos: a escuta (auditus fidei) à palavra de Deus presente na Sagrada Escritura; o intellectus fidei que é a revelação da mensagem (hermenêutica), e está ligada diretamente ao que diz o magistério. E o applicatio fidei, que é o dogma, a regra.
Nossas pesquisas não podem ser tomadas como individuais, e seus resultados serem apresentados de forma egoísta, onde poucos tenham acesso, senão seremos como os gnósticos que apresentam uma verdade de salvação individual, partindo apenas do conhecimento e não à luz do Evangelho. Nosso pensamento teológico tem que estar fundamentado pela Sagrada Escritura. É notório que somente nela, encontramos a mensagem salvífica de Jesus para a humanidade.
O que determina a canonicidade, a regra pela qual, os livros da Bíblia são considerados inspirados, é a forma com a qual eles foram aceitos pela comunidade, pois existem diversos livros que não condiziam com a realidade de fé das comunidades, os apócrifos. A fé que determina a autenticidade dos livros, e faz acreditar que o Espírito Santo inspirou todos os livros bíblicos.
Além de ler a Bíblia, confiando na sua canonicidade e veracidade, o teólogo também interpreta os livros, resgatando e transmitindo á comunidade o que o escritor sagrado quis transmitir no texto. Por isso, o teólogo precisa ter um profundo estudo exegético e hermenêutico para compreender o que está escrito.
Além da Sagrada Escritura, a fidelidade à Tradição. Abandonando a idéia, talvez preconceituosa de um pensamento do passado ser ultrapassado, sendo que “as doutrinas dos grandes tem um valor imorredouro”. (Bernhard Häring) – O que confere a vitalidade à Tradição, é a fidelidade frente ao Espírito que Cristo nos enviou.
Dentro da Tradição, há elementos que também exprimem a fé e a fidelidade do teólogo. Os símbolos batismais; o Credo que representa o dogma; a herança de ensinamentos e das práticas dos pastores; as cartas pastorais e as verdades de fé apresentadas pelos primeiros autores cristãos.
Essas verdades de fé, apresentadas como regras (regula fidei), são ensinamentos principais apresentados pelos autores. Sinteticamente a regra é crer em Deus, em Jesus, e no Espírito Santo, e crer no mistério pascal de Cristo. Quando o pensamento não está voltado para os elementos da tradição, e não busca a verdade apresentada pelo Magistério, cai em heresia. Surgem pontos de vista diferentes que “divide” ao invés de unir os cristãos.
Também, é notório citar os Padres, que contribuíram pra tradição, eles que revelam a história; são expoentes da revelação de Deus; modelos de um ensinamento coerente; são pensadores que sintetizaram o pensamento teológico.
A Liturgia, que é a ação de Deus, servindo seu povo, e a ação do povo, servindo e glorificando a Deus. É uma ação simbólica, o ritual. E os Santos, que apresentam em suas vidas, como é viver a Palavra de Deus.
Como a Teologia é uma vocação ligada o serviço eclesial, logo seu método teológico esta ligado á Igreja. Por isso, o que o teólogo ensina, tem que estar coerente com o que diz o Magistério da Igreja. Apesar de serem diferentes, Teologia e Magistério, eles tem que fundamentar seu pensamento nas Escrituras.
Em suma, o método teológico, nos ensina que aprender e ensinar teologia, é algo desafiador, pois temos que estar coesos com as Verdades apresentadas pela Igreja, e nosso pensamento estar iluminado pela fé.

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