sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Comentário de Antropologia Teológica


BOFF, L. Ecologia, grito da terra, grito dos pobres, p.217-242
SUSIN, L. C. A Criação de Deus, p. 87-117.
Trabalho apresentado ao curso de Teologia como requisito parcial de aprovação na disciplina Teologia sistemática (antropologia teológica) .

Antes de fazer uma reflexão sobre o ser humano, é necessário citar antes o seu criador, Deus. Primeiramente, Deus cria o universo, e após milhões de anos, cria o sistema solar, o qual vai criar sua habitação. Ele faz morada na sua obra e permanece em silêncio até que o homem, sujeito de sua obra, toma consciência e o reconhece na história.
Sobre a criação do universo, é aceita a teoria do big bang, o qual coloca a criação do nada, mas antes do nada, existe nada. Como criar algo a partir disso? Somente Deus é capaz de fazer isso. E mesmo que o homem procure entender isso, não será capaz de fazê-lo. Deus permitiu conhecê-lo através de Jesus, mas não deu a capacidade ao homem de alcançar essa resposta. “O que era antes do nada? Da criação do céu e da terra?” Agostinho responde nas suas Confissões que Ele estava preparando o inferno para aqueles que iriam procurar responder essas questões. Não sendo tão radical, pois Deus criou o homem com amor, e o deu inteligência para pensar, logo faz parte da sua natureza questionar, desde que o faça com humildade, reconhecendo e admitindo no final o Autor da grande obra.
Deus está ligado ao universo de forma umbilical, tal que, o que acontece com um, afeta o outro. Para compreender melhor isso, faz-se necessário repetir as palavras de Leonardo Boff, “o universo não se identifica com Deus (um não é o outro) mas se identifica em Deus (ganha nele seu verdadeiro ser e sentido)”. Ao contrário do panteísmo, onde tudo é Deus, devemos compreender o panenteísmo, onde Deus não é tudo, mas está presente em tudo, e tudo Nele, e por fim reconhecer isso no próximo e poder saudar: “namastê”, o Deus que habita em mim, saúda o Deus que habita em você.
No sexto dia, no relato da Criação, Deus cria o homem, porém no após ser criado, Deus o coloca pra dominar sobre as coisas criadas, daí o homem passou a ser o topo da Criação. Compreendeu isso devido a uma má interpretação das Escrituras. Como o processo criacional não durou apenas seis dias como apresenta o poema de Gn1, e sim vem de bilhões de anos, o ser humano também foi evoluído. E como entender esse estar no mundo e ser humano no mundo? Qual o motivo de ser semelhança de Deus? Com esses questionamentos espera-se não cair no inferno criado por Agostinho, mas ampliar e amadurecer a fé Naquele em Quem se crê.
Não contente em ser criatura amada por Deus, o homem levanta seu olhar para o céu e tenta ver além. “Será que existem anjos?” esses que na Bíblia são manifestação de Deus, que posteriormente foram transformados em seres que representam o mistério da eternidade. Não contentes em criar o ser, criam hierarquias á quais estão submetidos, funções específicas que exercem, podem ser seguranças particulares, os anjos da guarda, ou soldados prontos pra guerra do Armagedon, os arcanjos que lutarão contras os demônios num fim.
Antes de questionarmos quantos anjos cabem na ponta de uma agulha, vale lembrar que o homem, que reconhece Deus que habita no próximo, deve ser o anjo protetor, que é anjo da guarda das crianças, fracos, excluídos assim como Madre Teresa de Calcutá e soldados prontos pra lutar contra o fim da criação, como Chico Mendes.
Os anjos como seres celestiais, não fazem parte da profissão de fé do cristão, e a crença neles ou não, não modifica a fé, desde que ela seja em Cristo. Porém, vale provocar com outro questionamento: “Será que Deus, nesse infinito universo, preocupado em criar as criaturas humanas, não se lembrou das celestiais?” Essa pergunta, assim como outras, só será respondida quando estivermos face a face com Deus na eternidade.
Voltando o olhar para a terra, o ser humano, revendo as Escrituras e a interpretando melhor, deve perceber que antes dos versículos onde o coloca como o que domina sobre os outros seres, no Gênesis, tudo já havia sido criado. Ele chegou depois, é um convidado pra levar consigo todos para o Sábado, onde Deus poderá descansar de sua obra.

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